Na noite de terça-feira (2), a cidade de Olinda perdeu uma de suas figuras mais ilustres, o renomado jornalista, crítico de arte, professor, curador e realizador cinematográfico, Celso Marconi Lins, aos 93 anos. O ícone estava internado no Hospital Esperança e faleceu por volta das 23h, deixando um vazio irreparável no cenário cultural pernambucano.
Despedida no Cemitério Morada da Paz: O Adeus a Celso Marconi
O velório do notável intelectual terá início às 12h desta quarta-feira (3), no cemitério Morada da Paz, em Paulista. O momento de despedida culminará com o sepultamento marcado para as 17h, no mesmo local, reunindo familiares, amigos e admiradores que desejam prestar suas últimas homenagens.
O Legado que Perdura: Palavras de Luiz Joaquim, Autor da Biografia de Celso Marconi
Luiz Joaquim, autor da biografia "Celso Marconi: O senhor do Tempo", destaca que Celso deixa um legado profundo, iniciado nos anos 1950 no jornalismo cultural e na sétima arte. O jornalista, cuja primeira crítica de cinema foi assinada em 1954 sob o pseudônimo "João do Cine", deixou uma marca indelével no cenário cultural pernambucano.
Família e Legado: A Vida Pessoal e Profissional de Celso Marconi
Nascido no bairro do Poço da Panela, na Zona Norte do Recife, em 1930, Celso Marconi ingressou no jornalismo na década de 1950, contribuindo para veículos como Folha do Povo, Jornal Pequeno e Diario de Pernambuco. Ao longo de sua trajetória, enfrentou desafios, sendo até mesmo detido durante a ditadura militar em 1964, mas retornou em 1966 ao Jornal do Commercio, onde brilhou por mais de duas décadas como crítico de cinema, música, artes plásticas e cênicas.
O Curador e Realizador: Celso Marconi e o Cinema de Arte
Nos anos 1960, Celso foi fundamental na profissionalização do projeto Cinema de Arte, ao lado de Fernando Spencer. Suas contribuições não se limitaram apenas ao jornalismo; ele moldou gerações de cinéfilos em Recife, promovendo as primeiras exibições de mestres do cinema como Fellini, Kurosawa, Antonioni e outros.
O Ativista Cultural e Educador: Impacto Além das Páginas e Telas
Para além das palavras impressas, Celso Marconi provocou políticas públicas em prol da cultura e deixou um legado como realizador superoitista, produzindo cerca de 20 filmes na década de 1970. Nos anos 1980, dedicou-se ao ensino, lecionando jornalismo na Universidade Católica de Pernambuco.
O Último Capítulo: Editoria, Museu e Contribuições ao Audiovisual Pernambucano
Em 1991, Celso assumiu a editoria do Suplemento Cultural, publicado pela Companhia Editora de Pernambuco (Cepe), e a gestão do Museu da Imagem e do Som de Pernambuco. Sua influência estendeu-se também ao Festival de Inverno de Garanhuns e à inauguração do Cine Ribeira, no Centro de Convenções.
Um Adeus, mas Não um Esquecimento: Celso Marconi na Memória Coletiva de Pernambuco
Em 2020, sua vida e obra foram imortalizadas na biografia "Celso Marconi: O senhor do tempo", assinada por Luiz Joaquim. Nas redes sociais, Celso continuava compartilhando seu conhecimento, escrevendo artigos e críticas cinematográficas, mantendo-se ativo até seus últimos dias.
Celso Marconi deixa um legado que transcende gerações, um marco na cultura pernambucana que continuará a inspirar e influenciar futuras gerações de jornalistas, cineastas e amantes da arte. Seu nome, agora eternizado, permanecerá como um farol, guiando aqueles que buscam a excelência no jornalismo e na expressão cultural.