Mais de 1,6 milhão de passageiros estão enfrentando dificuldades nesta segunda-feira (12) devido à greve dos motoristas de ônibus na Região Metropolitana do Recife. Segundo informações do Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros no Estado de Pernambuco (Urbana-PE), apenas 23% da frota de ônibus está em circulação, resultando na superlotação dos principais Terminais Integrados (TI) da capital pernambucana.
A paralisação foi organizada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários Urbanos de Passageiros do Recife e Região Metropolitana Mata Sul e Norte de Pernambuco (STTREPE), após diversas tentativas de negociação com a classe patronal sem sucesso. Entre as propostas rejeitadas pela categoria estão um aumento de 0,5% acima da inflação, um vale-alimentação no valor de R$ 400, e um abono de R$ 180 para aqueles que exercem dupla função.
Os motoristas reivindicam um reajuste salarial de 5% acima da inflação, o fim do controle de jornada via GPS, a eliminação da compensação de horas, além de melhorias como um vale-alimentação de R$ 720, um abono de R$ 500 para funções acumuladas e a implementação de um plano de saúde para todos os profissionais das empresas permissionárias.
Na tentativa de minimizar o impacto da greve, o Grande Recife Consórcio de Transportes (GRCT) solicitou, na última quinta-feira (8), a manutenção de uma frota mínima para atender aos passageiros durante os dias de paralisação. Contudo, essa solicitação foi recusada pelo sindicato, agravando ainda mais a situação nos terminais e nas ruas.
Para mitigar os transtornos, a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) informou que, se necessário, irá estender o horário de pico do metrô das 5h às 9h30, ampliando em uma hora o período normal de operação. Atualmente, o metrô do Recife atende cerca de 180 mil passageiros por dia, circulando por 39 estações nas linhas Centro, Sul e Diesel.
A greve dos motoristas de ônibus segue sem previsão de término, e os passageiros da Região Metropolitana do Recife continuam buscando alternativas de transporte em meio ao caos instalado nas vias e terminais da cidade. As negociações entre rodoviários e a classe patronal continuam, com a esperança de que um acordo seja alcançado em breve para normalizar o transporte público na região.