A Polícia Civil de Pernambuco (PCPE) detalhou, em coletiva de imprensa na manhã desta terça-feira (18), toda a dinâmica adotada por um grupo de traficantes para assassinar o empresário Rafael Gonçalves Lima, de 34 anos, durante o carnaval de Olinda deste ano. O crime, que ganhou notoriedade como o caso do "papangu assassino", envolveu um homem vestido com essa fantasia típica da folia pernambucana.
Envolvimento de Militar do Exército
Segundo a polícia, o autor dos disparos foi um militar do Exército, cooptado pela quadrilha para executar o crime. De acordo com o delegado Francisco Océlio, que presidiu as investigações, o homicídio foi encomendado por um grupo de nove traficantes da favela V8, no Varadouro, em Olinda. Os traficantes se sentiam ameaçados pela vítima, que oferecia seu posto de combustíveis como ponto de apoio para várias equipes das Polícias Civil e Militar.
Planejamento do Crime
No dia do crime, ocorrido em 11 de fevereiro, o assassino esteve quatro vezes no estabelecimento para identificar a vítima e estudar o local. Imagens de câmeras de segurança mostram que o criminoso chegou ao posto pilotando sua própria moto por volta das 10h30 e só efetuou os disparos às 15h30. O delegado informou que o militar deixou as Forças Armadas 17 dias após o crime, mas não revelou se o desligamento teve relação direta com o homicídio.
Execução e Fuga
Um galpão localizado a cerca de 50 metros do posto de gasolina era utilizado pelo grupo como ponto de observação. O criminoso visitou o estabelecimento três vezes antes de cometer o crime, usando uma camisa de time de futebol, calça jeans e sandálias para comprar água e reconhecer a vítima. Na quarta vez, ele retornou fantasiado de papangu e, com a ajuda de outro criminoso, executou o empresário, fugindo do local de moto.
"O suspeito visitou quatro vezes o local. Nas três primeiras vezes, ele aparece vestindo uma camisa de time de futebol, calça jeans e sandálias para comprar água mineral. Na quarta vez, já foi fantasiado de papangu e executou o empresário. O detalhe é que, quando ele voltou fantasiado, usava um par de tênis que teria sido emprestado por um participante do bando. Esse homem que emprestou o calçado foi morto sete dias após o crime", relatou o delegado Océlio.
Resultado das Investigações
As investigações da Polícia Civil identificaram nove pessoas envolvidas no crime. Um dos membros foi morto em um acerto de contas dentro do próprio grupo, cinco estão presos e três continuam foragidos. A prisão do militar do Exército, um dos primeiros capturados, ocorreu no dia 12 de abril.
Este caso revela a complexidade e a brutalidade das operações de grupos criminosos na região, além de destacar o trabalho intenso da polícia para desmantelar essas redes e trazer justiça às vítimas. A população aguarda com expectativa a captura dos foragidos e a conclusão do caso.