Em um cenário que remete aos acontecimentos de 2012 e 2015, as negociações entre sindicatos de professores e o governo federal resultaram em decisões divergentes. Enquanto a Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes) aceitou a proposta de reajuste salarial do governo, o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) optou por manter a greve.
Proposta de Reajuste do Governo
A proposta apresentada pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos prevê reajustes diferenciados para os professores, com base em seus salários atuais. Professores com salários mais elevados receberiam um aumento de 13,3% até 2026, enquanto aqueles com salários menores teriam um reajuste de 31% no mesmo período. Importante destacar que não há previsão de aumento para o ano de 2024.
Aceitação pelo Proifes
Na segunda-feira, o Proifes anunciou que, após uma reunião realizada no domingo, a maioria dos sindicatos federados aprovou a proposta do governo. Esta decisão marca uma posição conciliatória e aberta às negociações por parte do Proifes, visando garantir um reajuste salarial progressivo para os professores federais.
Rejeição pelo Andes-SN
Por outro lado, o Andes-SN realizou uma rodada de assembleias entre os dias 20 e 24 de maio. O resultado dessas reuniões foi significativo: 58 assembleias rejeitaram completamente a proposta do governo, enquanto outras duas a rejeitaram parcialmente. Esta decisão reafirma a postura combativa do Andes-SN, que decidiu continuar com a greve.
Histórico de Greves e Divisões
A situação atual repete o que ocorreu nas greves de 2012 e 2015, quando o Andes-SN deixou a mesa de negociação e o acordo foi firmado pelo Proifes. Essas paralisações duraram 124 e 139 dias, respectivamente. Esse histórico de divisões entre os sindicatos demonstra uma fragmentação nas estratégias e abordagens em relação às negociações salariais.
Impacto da Greve Atual
Atualmente, a greve já dura cerca de 40 dias nas primeiras 18 instituições federais de ensino que aderiram ao movimento. Segundo dados do Andes-SN, o movimento de paralisação se expandiu, afetando 59 universidades e colégios em todo o país. A greve impacta milhares de estudantes e coloca em evidência a urgência de uma solução que atenda às demandas dos professores sem comprometer o calendário acadêmico.
Conclusão
A continuidade da greve pelo Andes-SN e a aceitação da proposta pelo Proifes evidenciam a complexidade das negociações salariais e as diferentes estratégias adotadas pelos sindicatos de professores federais. Enquanto o Proifes busca um acordo progressivo, o Andes-SN mantém uma postura firme em defesa de melhores condições salariais imediatas. Este impasse ressalta a necessidade de um diálogo mais efetivo entre governo e sindicatos para evitar a prolongação de greves e minimizar os impactos no sistema de ensino superior do Brasil.
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